segunda-feira, 23 de junho de 2008

Um cronista. Mais um Drummond.

Postagem inaugural vem com direito a salgadinho e refrigerante na faixa? Que tal seguir com um coquitel de drinks e alguns canapés? As minhas postagens também devem começar com algumas perguntas?
Não. Esse pode parecer mais um começo brega ou sem muita razão de ser, mas tem como objetivo mudar um pouco a história de algumas vidas. A rotina e os compromissos massacram cada dia mais as relações humanas e não há como escapar desses obstáculos se olharmos a imagem de longe, sem ver os detalhes. O dia a dia é repleto de detalhes e nuances que fazem toda a diferença. Basta saber senti-los.
Em um mundo onde não há muitas diferenças entre dia e noite, onde sair para caminhar às 5:45 hs ou dormir até às 16:00 hs têm quase a mesma sensação, pois tudo passa rápido e com cada vez mais força, é preciso olhar com um cuidado cada vez maior. Pois, se isso não acontece nos transformamos em telespectadores que cansaram de assistir à tanta televisão e já não distinguem mais os comerciais por ela veiculados. Nos vemos perdidos entre nossas informações e criamos sentidos. A vida, dessa forma, se torna mais vazia.
Não quero dizer que em tempos mais remotos - até mesmo, talvez, quando nossos avós tinham a nossa idade - a vida era repleta de sentido e significado, porque eu não vivi naquela época e os que presenciaram esses tempos não conseguem nos transmitir plenamente a sensação vivida. Mas é visto a olhos nus que estamos caminhando para um fim triste: o fim da vivência da vida.
Para tentar evitar isso - ou retardar o processo que já se iniciou na minha própria vida - contaremos um pouco da vida aqui nessas páginas - ou barra de roll out, se preferir. Isso não mudará de fato a vida das pessoas envolvidas, mas mudará um aspecto importante: agora essa pessoa e seu atos serão notados e contemplados. Nesse mundo de mais de 6 bilhões de pessoas isso é algo de pouquíssimos. Portanto, a missão desses meus escritos que aqui ficarão é dar luz ao que se vive por aí afora, contar seus detalhes mais preciosos e dar brilho àquilo que não se nota no correr dos olhos. E será utilizado um recurso especialmente criado para tal fim: a crônica, que era tão utilizado por Carlos Drummond de Andrade. Meu parente mais conhecido, apesar de distante.
Assim, eu parafraseio uma propaganda que li. Seja você também um Drummond, escreva sobre a vida!